Que a ideia de evolução da espécie em Darwin não é propriamente original é um facto estabelecido. Para obter a prova, investiguem-se as pesquisas de Anaximandro de Mileto e de Empédocles de Agrigento sobre o mesmo assunto, nos séculos VI e V a.C., respectivamente.
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O argumento de Anaximandro é simples: os seres humanos, na sua forma actual, sobrevivem através de gestação prolongada e de um período de lactação demorado, que não permitiria a sua subsistência numa fase primitiva, sem qualquer protecção. A observação é inteligente, e a solução sugerida relembra algumas das teorias mais recentes sobre a origem da espécie humana: o homem teria sido criado numa espécie de peixe, até que pudesse subsistir pelos seus meios, momento em que abandonara a água e começara a habitar a terra.
Por seu lado, Empédocles de Agrigento, introduziu na explicação da origem do homem o conceito de aleatoriedade evolutiva e de sobrevivência do mais apto. No princípio do mundo, sugeriu ele, o acaso teria formado, a partir de matéria primordial, membros e órgãos isolados, como braços sem ombros, cabeças sem corpos, etc. Num estágio seguinte, esses fragmentos de corpos juntaram-se e formaram monstruosidades: “raça bovina com rostos humanos”, “descendência humana com cabeças de boi”, segundo narra Eliano. Dentre essas criaturas, apenas as que eram mais aptas sobreviveram e vieram a dar origem à espécie humana.
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